Películas melhoram desempenho dos vidros
APLICADAS EM VIDROS, PELÍCULAS DE CONTROLE SOLAR CORRIGEM DEFICIÊNCIAS DE CONFORTO TÉRMICO E SÃO OPÇÃO PARA PRÉDIOS COM FACHADAS ENVIDRAÇADAS E SEM POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DE CALOR POR MEIO DE AR-CONDICIONADO. ELAS APRESENTAM VARIADOS NÍVEIS DE DESEMPENHO, EM FUNÇÃO DA TECNOLOGIA E DA QUALIDADE DOS PRODUTOS UTILIZADOS NA SUA FABRICAÇÃO.
A tecnologia permite reduzir a absorção e a reflexão de calor, bloqueando a entrada de raios ultravioleta e infravermelhos, além de diminuir o ofuscamento dos vidros, aumentando a privacidade no ambiente, e favorecer o controle climático em áreas internas com desequilíbrio na distribuição de temperaturas. De acordo com a película especificada, é possível garantir reflexão de 94% de raios infravermelhos, rejeição de calor de 55% e transmissão luminosa de 70%.
O mercado nacional oferece diversos tipos de películas de controle solar, que variam de acordo com a tecnologia e a qualidade dos componentes envolvidos na sua produção. “Mas quanto mais simples for a fabricação e a qualidade do processo, menos durabilidade e funcionalidade e maior distorção ótica terá o produto”, explica Rafael Ulba, diretor executivo da Projeto IN, representante exclusiva da marca IQue no Brasil.
Observar as necessidade e restrições envolvidas em cada projeto é fundamental para garantir a escolha mais indicada a cada situação. “É preciso saber se a construção original poderá ser alterada, se será possível a aplicação de um produto com alto reflexo de luz visível ou com escurecimento, ou ainda de um absorvente de calor”, esclarece Ulba.
Especificação
O produto pode ser aplicado em qualquer tipo de vidro, desde que observadas as suas características, bem como as do próprio edifício. Dados como área total envidraçada (com detalhes das medidas por peças), tipo de vidro existente, espessura, tipo e qualidade do caixilho, orientação do prédio e projeções de sombra sobre os vidros devem ser analisados antes da decisão final. “A altitude e o posicionamento geográfico das edificações também contam nessa análise. Se situadas próximo do mar, por exemplo, apresentam necessidades diferentes”, lembra Rodrigo Andrade, representante de marketing da Eastman.
Também é importante levar em conta quais faces do edifício recebem radiação solar e em quais horários, e o grau de inclinação dos vidros dentro da construção. Com essas informações pode-se avaliar o nível de absorção do vidro, evitando a indicação de uma película de redução de calor, mas que aumente ainda mais a absorção, o que geraria estresse térmico na edificação.
Projeto e Aplicação
Dependendo da tecnologia de fabricação do produto e da transparência do vidro, os ganhos relacionados ao conforto térmico e visual podem ser muito satisfatórios, com a redução de calor sem interferências significativas no aspecto original da fachada. Preferencialmente, o uso das películas de controle solar deve ser prevista ainda na fase de projeto. Em edifícios novos, a aplicação em um vidro simples aumenta seu desempenho, podendo ser uma opção financeiramente mais vantajosa do que a especificação de um vidro especial para sua finalidade.
Já na revitalização de edificações antigas, o produto é recomendado especialmente para corrigir as características de vidro ineficientes. Laminados, insulados e fumês, por exemplo, permitem a passagem da luz solar sem nenhuma restrição, ou, mesmo quando possuem alguma capacidade de bloqueio, absorvem boa parte do calor, aumentando a temperatura dos vidros e também do ambiente interno. “Se o vidro não possuir nenhum filtro de LV ou IV, que representam o maior percentual de calor, pode ser considerado energeticamente ineficiente”, conta Andrade.
Em projetos de retrofit, a película pode ser aplicada nas peças soltas – método mais rápido e prático, mas que exige cuidado redobrado no transporte e no armazenamento, para evitar que ela sofra danos – ou diretamente no local. “Neste caso, apesar de fácil, a aplicação deve ocorrer com o mínimo de sujeira possível no ambiente para não haver nenhum tipo de contaminação e danificação da película”, lembra Ulba. O ideal é que esse seja o último serviço a ser realizado na obra, pois o processo pode ser inviabilizado pela existência de material particulado suspenso no ar, “que irá grudar no adesivo no momento da instalação e causar imperfeições ou bolhas”, explica Andrade.
Execução e Manutenção
A aplicação é feita após a limpeza do vidro, quando será realizado o corte preciso para o preenchimento de toda a área envidraçada. O tempo de cura de cola usada no processo é de até 30 dias, prazo no qual possíveis manchas e bolhas tendem a desaparecer. Vale ressaltar que as películas devem ser aplicadas por equipes treinadas e especializadas e com o uso de ferramentas especificas para a execução do serviço.
A manutenção e a limpeza devem ser feitas com detergente neutro e pano macio úmido, evitando a utilização de produtos abrasivos, que possam riscar a película. Se corretamente aplicado e cuidado, o produto tem vida útil de dez anos. “A garantia varia de acordo com película e a maneira como é instalada, e está relacionada e não-desmetalização, desbotamento e descolamento espontâneo”, completa Ulba.
Fonte: Revista Finesta
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